quarta-feira, 7 de julho de 2010

Explorando Koans Zen

Quando os alunos se deparam pela primeira vez com o estudo do Koan, a dificuldade mais frequente que eles expressam é a qualidade ininteligível dos Koans e a perplexidade que ocorre como resultado da interação direta do aluno com os Koan, e o fato dele prevenir seus egos de triunfar. - "Eu sou tão idiota, isso me faz sentir um tolo!"
Há também a percepção de que os Koans são ilógicos - especialmente quando se referem aos mais antigos e tradicionais. Muito além disso, o Koan Zen pode ser visto como lógica budista, os quais são muito mais baseados na experiência que na filosofia ocidental. - Apenas "O QUE É ISSO?"

A resistência psicológica é naturalmente muito humana, e certamente não peculiar aos alunos ocidentais. Dependendo da herança cultural, socialização, diferentes culturas irão manifestar estas dificuldades, ressentimentos, e aflições em diferentes níveis. - A inabilidade para apenas conseguir dizer: " Não sei!". Assim, ao invés do Koan ser uma ferramenta para a liberação, ele se torna ainda mais um obstáculo na vida e na prática.

Koans Zen deveriam ser vistos como exercícios, pelos quais nós treinamos a mente para transcender nossas preferências subjetivas, ideias adquiridas e concepções do mundo, e quem somos, nos habilitando a chegar no começo do direto despertar para a realidade- atendo-se ao "O QUE É!".

Outro aspecto expressado com frequência é que a leitura dos Koans é bastante chata. A leitura dos Koans é essencial. No entanto, a menos que façamos isso combinando sustentada meditação, acompanhamento de um professor confiável, os Koans, por si só, são meramente palavras mortas colhidas em árvores mortas.
Uma combinação de meditação sentada diária, acompanhamento regular, leitura e estudo dos Koans, comparecimento a retiros, isso tudo em conjunto com entrevistas privadas com um professor treinado na prática dos koans é essencial se quisermos usar este método de prática para liberar a mente da ilusão e dos padrões habituais que afligem nossas vidas diariamente.

Outro aspecto expressado é: "Eu não entendo Koans, eles não fazem nenhum sentido!" Não há nenhum outro caminho para compreender ou entender Koans se não ir através deles. Você apenas se funde a ele, se torna UM com o Koan. Koans têm a habilidade de abrir o discernimento intelectual, mas conhecimento intelectual por si só não irá abrir seu discernimento para os Koans.

Quanto mais nós avançamos e nos liberamos das barreiras que nos afligem, mais nós entendemos que os Koans são o mais sofisticado dispositivo do Zen, usado para habilitar tanto iniciantes quanto alunos experientes a alcançar a alegria de ser - verdadeira liberação e despertar. Dae Seung Sa Sunim frequentemente diz: "Quanto mais idiotas, menos necessidade de pensar!"

Koans tradicionais como: A Porta Sem Porta (The Gateless Gate),O Registro do Penhasco Azul (The Blue Cliff Record), e Todo Mundo é uma Única Flor (The Whole World is a Single Flower, 365 Koans), para citar alguns, são os pilares da prática zen. Isto é essencial, no entanto, os que nós usamos hoje são Koans mais dinâmicos, baseados no cotidiano.
Quando trabalhamos em um Koan tradicional como: "Um cão tem natureza de Buda?" ou "Qual o som de uma única mão batendo palma?", nós continuamente trazemos o Koan para nossa mente durante o dia, não de uma forma monótona e mecânica.
Isso nos habilita todo momento a dedicar e desenvolver uma profunda dimensão de atenção e consciência resultando num contínuo e sustentado estado de presença, independente de nossos pensamentos e nossa consciência estarem calmos ou agitados. Para o Koan nada é secreto ou oculto. Koans são ferramentas para nos ajudar a abrir nosso potencial humano para o despertar. Assim o mais importantes koans dentre todos são: "O QUE É ISSO?" e "COMO EU VIVO MINHA VIDA?"

Por Heila Downey, JPSN in Shuza, Newsletter.

2 comentários:

  1. Onde encontro uma tradução em português da coletânea: O Registro do Penhasco Azul?

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  2. Olá,
    Não tenho conhecimento de haja tradução em português. Talvez algum professor como monja Coen tenha feito algumas traduções para seu próprio estudo.

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